Um dos assuntos mais quentes do momento no mundo da TI, com certeza, é como processar o imenso volume de dados que estão sendo gerados pelas mais diferentes fontes e extrair informações que possam ser utilizadas por negócios e governo.

Nunca a humanidade gerou tantos dados e em tamanha diversidade.

Se a computação começou na guerra e seguiu rapidamente para transações comerciais, hoje estamos vivendo o momento da mídia e dos dados não estruturados.

Estamos cercados por equipamentos que geram dados e um dos maiores geradores está aí com você: seu smartphone.

É por ele que você se informa, realiza transações bancárias, conversa e participa das redes sociais, descobre o melhor caminho, chama ou aluga um carro. A quantidade de funcionalidades é infinita, e todas elas geram dados.

De todos os tipos, de estruturadas coordenadas geográficas a postagens e comentários em redes sociais, fotos, vídeos… de repente tudo virou dado que pode ser analisado.

O que é um Dado?

Nessa confusão, podemos dizer que um dado é uma informação solta, que basicamente informa um valor, um número, um texto, uma imagem.

Mesmo depois de um trabalho inicial, há pontos fundamentais no uso de dados estatísticos que precisam ser levados em consideração e um deles é que um número sozinho fala muito pouco.

O significa dizer que o consumo de determinado item de uma loja aumentou muito na semana passada? Sem uma análise do que pode ter influenciado esse comportamento, nada.

Um número precisa ser associado a um contexto e avaliado sob a luz de como ele foi gerado. Aí ele começa a ter valor e, ao mesmo tempo, deixa de ser apenas um dado.

Indicadores: a evolução do Dado

Qual o resultado da análise de dados? Indicadores.

Mas o que são indicadores?

Diferente dos Dados, indicadores são informações capazes de dizer algo com uma simples observação.

Pense no painel do seu carro. Há vários indicadores nele. Alguns variam de momento, como o velocímetro, outros levam mais tempo, como o nível de combustível, mas todos fornecem uma informação objetiva com uma simples observação.

Basicamente um bom indicador pode ser definido por três características:

    • Objetivo – permite entender o que está acontecendo com uma rápida observação, sem precisar ficar olhando uma grande tabela para compreender o seu significado.
    • Simples – não confunda aqui o resultado, com a forma de chegar a ele. A fórmula pode até ser complexa, mas o resultado deve ser simples.
    • Direto – se fosse um texto, o indicador não seria uma página, nem sequer um parágrafo. Seria uma rápida sentença, preferencialmente uma única palavra.

A visualização dos indicadores também precisa ser muito bem trabalhada. Apresentar indicadores, antes de mais nada, é levar a sério a frase “menos é mais”.

Qual a diferença entre Indicador e Dado?

Um Indicador é definido por ser Objetivo, Simples e Direto, informar de maneira inequívoca uma situação. Um Dado é a informação original, bruta, operacional. Podemos ter milhões de registros de dados para gerar um indicador.

Vamos tomar um exemplo:

A soma das vendas do dia é um indicador? Não. A soma por si só é apenas um número, um dado que requer análise. Sozinho, não diz nada.

E um relatório com a venda diária de um intervalo de datas?

Quase, afinal, se apresentado em um gráfico de linhas permite visualizar se está subindo ou descendo.

Na verdade o indicador desse caso é a Taxa de Variação das Vendas, que indica de maneira Objetiva, Simples e Direta se os negócios estão indo bem ou não, permite a avaliação da sua velocidade, ou, quando comparado a uma meta estabelecida ou à mesma taxa de um período anterior, se está dentro do esperado.

Indicadores são muito diferentes de dados ou informações.

Indicadores são resultados de análises pré-definidas e entregam de maneira rápida e eficiente um diagnóstico.

Por outro lado, não podemos esquecer que é sempre importante confrontá-lo com outras informações.

Correlações

Correlacionar é tomar uma informação, um indicador, agregá-la a outra e a partir daí chegar a uma conclusão. O que pode parecer um meio seguro de utilizar estatísticas, pode levar a verdadeiros desastres.

Um ótimo exemplo eu encontrei outro dia quando estava assistindo um TED sobre correlações e a palestrante disparou:

“Consumir mais sorvetes aumenta a chance de se morrer afogado”

Todos riram e ela explicou: “no verão consome-se mais sorvete e também nada-se mais, portanto mais pessoas morrem afogadas”.

A bobagem dita nesse exemplo é muito fácil de ser detectada e há vários exemplos divertidos na Internet, como a relação entre anos com lançamento de filmes do Nicolas Cage e suicídios nos EUA. Mas nem sempre é assim, e nós ficamos expostos a todo tipo de informação alardeada como verdade absoluta.

Estabelecer a relação entre duas informações requer conhecimento de negócio ou do objeto em estudo.

Eu me lembro de uma vez ter estudado a relação entre a curva ABC de vendas de produtos e a escala de produção de uma fábrica. O resultado foi que descobrimos um meio de otimizar a produção. Juntamos expertises para obter o resultado.

No caso do exemplo que citei antes, analisar a evolução de vendas sem levar em consideração os eventos sazonais pode levar a decisões erradas sobre os rumos do negócio.

Concluindo

Na hora de lidar com Dados e Indicadores há uma série de cuidados que precisam ser tomados e, principalmente, com aqueles que desafiam frontalmente o senso comum.

Isso não quer dizer que vamos duvidar daquilo que nos desafia, afinal, paradigmas são mudados o tempo todo, mas nesses casos temos que agir com uma certa dose de cautela.

Diariamente somos bombardeados por números e informações soltas que são entregues como verdades absolutas para justificar uma política, uma norma etc.

O fato é que muitas vezes não se para para pensar e perceber que muitas vezes o número não se sustenta a um minuto de análise.

Até por força do hábito da profissão, eu estou acostumado a buscar o contexto da informação, de onde ela veio e como foi obtida.

Vivo apanhando, principalmente nas redes sociais, território fértil para informações jogadas, e o máximo que eu faço é fazer uma conta rápida e perceber que o que está ali não faz o menor sentido. Não se sustenta diante dos fatos.

Em uma empresa isso pode resultar em perda de dinheiro.

Análise de dados é uma coisa séria e seu resultado influencia gestores nas suas decisões.

É por isso que é tão importante fazer um acompanhamento de perto dos relatórios e dashboards. Colocar no “piloto automático” pode ser perigoso, afinal cenários mudam o tempo todo e é importante acompanhar essas mudanças.

É um trabalho realizado a quatro mãos, pois o cientista de dados pode até saber como obter informações, mas somente a experiência do usuário final pode dizer se eles fazem sentido.

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